quarta-feira, novembro 24, 2010

Ambientalistas preveem rápida adoção de protocolo antibiopirataria

Itamaraty prevê que ratificação por ao menos 50 países leve dois anos para acontecer

 

Especialistas em ambiente dizem estar otimistas em relação à entrada em vigor, em curto espaço de tempo, do Protocolo sobre o Acesso e Repartição dos Benefícios (ABS, na sigla em inglês), aprovado no fim de outubro, durante a 10ª Conferência das Partes da Convenção sobre Biodiversidade (COP-10), no Japão.

 

Defendido pela delegação brasileira com o apoio de outros países de rica biodiversidade, o protocolo é uma forma de coibir a biopirataria, estabelecendo que as empresas farmacêuticas e de cosméticas que obtiverem lucros financeiros com a venda de produtos derivados de recursos animais, plantas ou micro-organismos passem a compartilhar parte dos ganhos com as comunidades e países de origem da matéria-prima.

 

Para entrar em vigor, o protocolo ainda terá que ser ratificado por ao menos 50 dos 193 países que participaram da COP-10. Segundo o embaixador Paulino Franco de Carvalho Neto, chefe da Divisão de Meio Ambiente do Itamaraty, isso deve levar ao menos dois anos.

 

 "Para o governo brasileiro, a adoção do protocolo foi o ponto alto da Conferência de Nagoya. Por isso, esperamos que o Congresso Nacional o aprove e que a presidente da República o sancione o quanto antes", disse Carvalho Neto ao participar, em São Paulo, da Conferência do Ano Internacional da Biodiversidade, promovida pelo Instituto Humanitare, com a aprovação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

 

Para Paulo Nogueira Neto, professor emérito da Universidade de São Paulo (USP) e ex-secretário nacional de Meio Ambiente, a obtenção das assinaturas não passa de uma simples formalidade. "Acho que será uma mera formalidade conseguirmos a aprovação de 50 países, já que as opiniões foram unânimes, o que demonstra que o assunto não é mais tão controvertido".

 

 Em seu conjunto, o Protocolo de Nagoya só deve entrar em vigor em 2020, mas durante a conferência o Brasil pediu a antecipação para 2015, proposta que, na ocasião, o ministro japonês do Meio Ambiente, Ryu Matsumoto, prometeu levar em consideração.

 

Fonte: Agência Brasil, 24/11/2010.

terça-feira, novembro 23, 2010

Reforma do Código Florestal reduzirá estoques potenciais de 7 bi de toneladas de carbono

As mudanças no Código Florestal provocariam acréscimo nas emissões brasileiras

Brasília, 23 de novembro de 2010 - Dados preliminares de estudo do Observatório do Clima estimam que, se forem aprovadas as alterações no Código Florestal conforme o substitutivo proposto pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), há um risco potencial de quase 7 bilhões de toneladas de carbono acumuladas em diversos tipos de vegetação nativa a serem lançadas na atmosfera. Isto representaria 25,5 bilhões de toneladas de gases do efeito estufa, mais de 13 vezes as emissões do Brasil no ano de 2007.

Um dos dispositivos propostos no Projeto de Lei 1876/99 que altera o Código Florestal trata da isenção de manter e recuperar a reserva legal em pequenas propriedades rurais (até quatro módulos fiscais). A isenção também se aplica ao equivalente a quatro módulos em grandes e médias propriedades. Tal medida é a que tem maior impacto potencial nas emissões de gases do efeito estufa e deixaria uma área total de 69,2 milhões hectares sem proteção da reserva legal, área maior que o estado de Minas Gerais.

Segundo o levantamento do Observatório do Clima, o estoque potencial estimado de carbono nestas áreas é de 6,8 bilhões de toneladas, correspondendo a um volume de gases do efeito estufa de 25 bilhões de toneladas de CO2eq (gás carbônico equivalente).

Uma segunda modificação importante prevê a redução de 30 metros para 15 metros na área de preservação de matas ciliares em rios com até 5 metros de largura. Esta mudança faria com que os seis biomas brasileiros deixassem de estocar 156 milhões de toneladas de carbono, correspondendo a mais de 570 milhões de toneladas de CO2eq, numa área de 1,8 milhão de hectares, o equivalente a mais de 2 milhões de campos de futebol.

De acordo com André Ferretti, coordenador do Observatório do Clima, o estudo contempla apenas uma das diversas facetas das propostas de modificação do Código Florestal. “Com a aprovação do texto, a meta do Brasil de reduzir as emissões nacionais de gases causadores do aquecimento global viraria pó, além dos inúmeros impactos causados à biodiversidade”, avalia.

Segundo Carlos Alberto de Mattos Scaramuzza, superintendente de conservação do WWF-Brasil, é fundamental que as discussões sobre o Código florestal sejam reiniciadas com novas bases. “O processo atual está repleto de vícios de origem, ignorou a ciência e a sociedade civil organizada. O atual substitutivo não está em condições de ser colocado em votação, nem este ano e nem em momento algum”, analisa.

As modificações podem comprometer gravemente a meta brasileira de redução de emissões estipulada na Política Nacional de Mudanças Climáticas. O Brasil assumiu ano passado, em Copenhague, o compromisso de cortar aproximadamente 1 bilhão de toneladas de suas emissões de gases no ano de 2020.

Metodologia: O estudo foi elaborado conforme as metodologias do Good Practice Guidance for Land Use, Land-Use Change and Forestry, do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima – IPCC (IPCC, 2003) e também de acordo com o Segundo Inventário Brasileiro de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa, divulgado em outubro pelo ministério da Ciência e Tecnologia.
O território nacional foi subdividido em unidades espaciais na forma de polígonos que resultaram da integração das seguintes fontes de dados sobre Bioma (IBGE, 2004), Limites municipais (Malha Municipal Digital 2005 do IBGE), Fisionomia vegetal (IBGE, 2004) e Tipo de solo (EMBRAPA/IBGE, 2003). Conheça o Observatório do Clima: www.oc.org.br

Fonte: WWF-Brasil.

segunda-feira, novembro 15, 2010

Há recursos para financiar atividades de baixa emissão de carbono, Estado de SP.

Há recursos para financiar atividades de baixa emissão de carbono

Segundo estudo do Centro de Sustentabilidade da FGV, só o BNDES aprovou, em 2009, R$ 480,86 milhões em produtos de baixo carbono

Há recursos nas instituições financeiras estatais para investimento em linhas de fomento de atividades com baixa emissão de carbono. Esta é a principal conclusão do estudo Financiamentos Públicos e Mudança do Clima, lançado esta semana pelo Centro de Estudos de Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (GVCes). O estudo analisou as principais linhas de crédito "verdes" de instituições como Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), Caixa Econômica Federal (CEF), Banco do Brasil (BB), Banco da Amazônia (Basa), Banco do Nerdeste e dos Fundos Constitucionais (Fundo Constitucional do Norte -FNO; Fundo Constitucional do Nordeste - FNE; e Fundo Constitucional do Centro-Oeste - FCO).

"Dinheiro há. E existe uma série de produtos com viés sustentável em cada instituição. Mas há entraves. Por exemplo: esses produtos são pouco acessados pelos supostos interessados, porque há muita burocracia envolvida em sua obtenção. Eles não atraem os clientes e, muitas vezes, os funcionários das instituições que os vendem não estão preparados para vender esses produtos", explica uma das pesquisadoras do GVCes, a engenheira Paula Peirão.

Boa parte das linhas de financiamento das instituições federais está relacionada ao Plano Nacional sobre Mudanças Climáticas (PNMC): só no BNDES o estudo identificou 14 produtos, entre linhas, fundos e programas. O Banco oferece condições de crédito comparativamente mais vantajosas para as fontes energéticas renováveis em relação a projetos de alto potencial de emissões, como termoelétricas a carvão. E criou um departamento de bicombustíveis no mesmo nível hierárquico dos departamentos de hidrelétrica e indústria automotiva. Até julho de 2010, o banco aprovou R$ 5,6 bilhões em recursos para projetos nesses segmentos, em comparação com os R$ 13,98 bilhões aprovados em 2009.

De acordo com o relatório do GVCes, no total geral, o BNDES aprovou em 2009, R$ 480,86 milhões em produtos de baixo carbono, valor ainda restrito quando comparado aos R$ 170,2 bilhões de recursos aprovados na instituição no mesmo ano.

"Hoje nós somos os vetores da melhoria das emissões no setor agropecuário. E o estudo da GV deixou de fora alguns produtos importantes: O BNDES Compensação Florestal, que imaginamos que vá ser bastante utilizado com a decisão final sobre o Código Florestal, o Iniciativa BNDES Mata Atlântica, que já tem 2 projetos aprovados e mais 23 em análise, somando no total R$ 70 milhões em financiamentos, além de programas voltados para apoiar órgãos estaduais dos estados e municípios", esclarece Márcio Macedo Costa, diretor do Departamento de Meio Ambiente do Banco.

Contradição

Segundo ele, o banco aprovou R$ 6 bilhões em energias renováveis nos últimos quatro anos, excluindo as grandes hidrelétricas que ajudou ou ajudará a financiar - as quais, paradoxalmente, às vezes têm potencial de gerar sérios problemas sócio-ambientais, como é o caso de Belo Monte. O BNDES deve coordenar as articulações para financiamento da hidrelétrica de Belo Monte, considerada ambiental e socialmente polêmica.

"O BNDES foi a primeira instituição para onde mandamos uma notificação alertando sobre os riscos de financiamento de Belo Monte. Estamos agora enviando para todas as instituições bancárias e financeiras que possam, algum dia, ter interesse no projeto", afirma Roland Widmer, coordenador da campanha eco-finanças da ONG Amigos da Terra. A participação do BNDES poderá representar até 80% do valor total do investimento de Belo Monte.

"Isso é outra coisa complicada em todas as instituições pesquisadas: a coexistência dos produtos comuns da carteira com os produtos que possibilitam baixas emissões. Por isso, nas considerações finais do estudo, sugerimos a reavaliação de todo o portfólio das instituições, até porque, há produtos considerados tradicionais que têm imenso potencial de colaborar para a redução de emissões", salienta Paula Peirão.

Outro problema apontado pelo GVCes é a falta de monitoramento para que a instituição se certifique de que o dinheiro está mesmo financiando atividades de baixa emissão de carbono.

"Mas esse monitoramento pode ser feito em grupo entre as diversas instituições financieras. É só trabalhar em conjunto para criar um inventário para esse fim: monitorar as emissões financiadas. Nenhuma instituição faz isso atualmente. E, portanto, nenhuma delas pode se impor metas de redução, pois não sabem o quanto de emissões estão financiando", explica Paula.

"As empresas brasileiras ainda estão engatinhando na confecção de relatórios de emissões. Nós, no BNDES, estamos começando a conhecer melhor o perfil sócio-ambiental de nossos clientes. Isso não se faz de uma hora para outra", afirma Márcio Macedo Costa.

Outra instituição que se destaca no relatório da GVCes é o Banco do Brasil, atualmente o maior financiador do agronegócio brasileiro. O BB registrou  R$ 14 milhões em operações contratadas estáveis na linha BB Produção Orgânica no ano passado, e a linha BB Florestal cresceu 42% em 2009, atingindo R$ 598 milhões em créditos contratados.

"O BB também é o maior repassador de recursos do BNDES relativos a um programa emergencial voltado para a adaptação a mudanças climáticas, que vem sendo muito usado no Nordeste. Há uma lacuna imensa nessa seara, sobretudo para zonas costeiras, para garantir segurança hídrica no campo e para a agropecuária", diz Paula Peirão.

O BB foi primeiro banco de economia mista a se tornar signatário dos Princípios do Equador (critérios mínimos para a concessão de crédito, que asseguram que os projetos financiados sejam desenvolvidos de forma socialmente e ambientalmente responsável). Mas outras instituições, como o próprio BNDES, o BASA e os Fundos Constitucionais não assinaram. E a maioria dos grandes fundos de pensão também não. 

"Não assinamos porque o BNDES é um banco de desenvolvimento e, como tal, tem obrigação de levar em conta balizas ambientais, independentemente de assinar este ou aquele documento. O que tentamos fazer hoje são políticas setoriais usando nossos próprios princípios", sustenta Márcio Macedo Costa.

"Há necessidade de ajuste a adaptação, mas as linhas de crédito existem. O BB tem uma, por exemplo, para financiamento de carros flex a juros menores do que os de mercado. A CEF tem um programa para financiamento de aquecedor solar para pessoas físicas. Agora, há falta de conhecimento também: ninguém sabe que essas linhas existem", afirma Cristina Montenegro, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), que apoiou o estudo do GVCes.

"A cada dia, a sociedade pede mais transparência na atuação dos bancos e instituições financeiras. No ano passado, fizemos uma pesquisa sobre a reputação dessas instituições e ficou claro que a maioria dos clientes não se deixa levar mais por iniciativas pautadas pelo greenwashing. Por isso, acho que essa discrepância na carteira de produtos dos bancos - o fato de terem produtos 'verdes' de um lado e financiarem atividades poluidoras do outro - não tem futuro. Pode perdurar por mais alguns anos, mas está com os dias contados", acredita Roland Widmer, da Amigos das Terra.

Fonte: Jornal Estado de SP, reportagem de Karina Ninni, em 11 de novembro de 2010.

sexta-feira, novembro 05, 2010

Resgate de Selvas Sem Salvaguardas Sociais

Em reportagem de Matthew Berger, da IPS, Washington, Estados Unidos, em 4/11/2010 , indicou que vários países preparam planos para frear o desmatamento como forma de compensar a mudança climática mundial, uma iniciativa muito divulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pelo Banco Mundial. A pergunta do milhão é quem cuidará para que sejam aplicadas as normas sociais e ambientais. Em alguns lugares, particularmente na Indonésia, não está claro se serão adotadas essas políticas, conhecidas como salvaguardas.

Aprovado o mecanismo REDD (Redução de Emissões de Carbono Causadas pelo Desmatamento e pela Degradação das Florestas), os países mais ricos pagarão para manter florestas tropicais como forma de compensar suas emissões de carbono, o principal gás que provoca o aquecimento global. Deste modo, essas nações obteriam “créditos de carbono” que as ajudariam a cumprir seu compromisso de reduzir os gases responsáveis pelo efeito estufa.

Sob o REDD, acordado nas reuniões sobre mudança climática realizadas em 2007 na Ilha de Bali, na Indonésia, foram criadas várias iniciativas para distribuir os fundos que seriam entregues pelos doadores aos beneficiários. Entre eles o Programa REDD-ONU e dois do Banco Mundial: Fundo Cooperativo para o Carbono das Florestas (FCPF) e Programa de Investimento Florestal (FIP).

Os órgãos diretores dessas três iniciativas se reunirão no dia 6 em Washington para discutir como dirigir o apoio às estratégias nacionais do REDD. Esta semana já aconteceram algumas reuniões entre participantes e observadores no FCPF. Nesses encontros, um tema álgido foi a proposta do Banco Mundial de permitir que outras instituições multilaterais se associem em sua tarefa de canalizar os fundos do REDD para os países em desenvolvimento.

A proposta complicará ainda mais uma já caótica rede de instituições que atuam como intermediárias entre os que pagam e os que cumprem a conservação florestal sob mandato do REDD. Mas, representantes de organizações não governamentais parecem concordar com a ideia, desde que não aprofunde muitos os problemas potenciais que já enfrentam os programas do REDD. A principal maneira de fazê-lo é incluir nas políticas salvaguardas que garantam o cumprimento de certos padrões sociais e ambientais.

Atualmente, o Banco Mundial tem uma forte política de salvaguardas. Alguns líderes de organizações não governamentais que participaram esta semana das reuniões do FCPF temem que outras instituições não possam replicar esse modelo. Se isto não acontecer, a proposta pode fazer com que um país do REDD se veja tentado a escolher a agência com os padrões mais baixos em matéria de salvaguardas como sua sócia para o financiamento, disse Susanne Breitkopf, assessora para políticas florestais no Greenpeace.

O diretor de campanhas do Bank Information Center (BIC), Mark Rentschler, disse que é muito raro os países – especialmente os do REDD – terem salvaguardas tão fortes como as do Banco Mundial, e que colocá-las em prática é todo um desafio para eles. Contudo, têm de cumpri-las porque algumas das atividades previstas sob o REDD podem prejudicar comunidades e até o meio ambiente, afirmou.

Este é particularmente o caso da Indonésia, onde no passado o governo desalojou comunidades indígenas, entre outras, de áreas florestais destinadas à conservação, ou inclusive concedidas para empreendimentos mineradores ou plantações. Como ocorreu em outros países da Ásia, América Latina e África, terras que pertenciam a comunidades originárias, dentro ou perto de áreas florestais, foram destinadas a outros interesses sem prévia consulta.

Um motivo para essa violação de direitos é a falta de salvaguardas para proteger essas comunidades nos códigos legais nacionais, problema que tem de ser abordado na medida em que os países continuam defendendo suas políticas no contexto REDD. Isto afirma um estudo apresentado ontem em Washington por uma coalizão de organizações indígenas e da sociedade civil.

A Indonésia, que recebe US$ 3 bilhões a título de preparativos do REDD, divulgou um projeto de estratégia para implementar este mecanismo em setembro, mas o texto foi criticado por não ir muito longe na abordagem de questões de governança e salvaguardas. “Como este dinheiro flui para o governo, o problema é a falta de mecanismos necessários para criar, administrar e liberar o dinheiro que está entrando”, disse Jelson García, que coordena desde Manila o trabalho do BIC no sudeste da Ásia.

“A Indonésia tem um papel muito importante no tocante à mitigação da mudança climática, particularmente em referência ao papel das florestas. E o que acontece na Indonésia em matéria de planejamento do REDD, na realidade, pode ser aplicado a todos os demais países que têm projetos sob o REDD”, afirmou. Nos últimos anos, a Indonésia se converteu no terceiro maior emissor de gases-estufa, em boa parte devido ao desmatamento e à degradação de seus mangues.

Quase 20% das emissões contaminantes relacionadas às atividades humanas no mundo têm origem no desmatamento. A partir de janeiro próximo, uma moratória de dois anos no corte de florestas na Indonésia deterá o avanço de alguns cultivos no país, em troca de um fundo de US$ 1 bilhão que será entregue pela Noruega. A Indonésia atravessa “um momento muito importante”, disse Susanne citando esta moratória.