sexta-feira, agosto 13, 2010

BRASIL E EUA SELAM NOVO ACORDO

Brasil e Estados Unidos assinaram um acordo na área de meio ambiente para a conversão da dívida brasileira com a Agência Internacional de Cooperação dos Estados Unidos (Usaid) em investimentos na preservação e conservação de florestas tropicais.

Serão destinados US$ 21 milhões para projetos nas áreas de conservação, manejo e monitoramento. O acordo só foi possível porque os Estados Unidos aprovaram em 1998 uma lei que permite a troca de dívida por investimentos nos biomas Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga.

A ministra conselheira da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Lisa Kubiske, disse que o acordo é o primeiro firmado com o Brasil para conversão de dívida em investimentos.

Queremos
mostrar um tipo de cooperação bilateral que é bastante concreta porque teremos projetos a serem desenvolvidos explicou.

Lisa disse ainda que os Estados Unidos têm acordos semelhantes com outros 15 países, que totalizam US$ 239 milhões. A dívida brasileira com a Usaid deveria ser paga até 2015 e foi contraída antes da década de 1960.

Em comunicado, o Tesouro americano destacou que o Brasil é um dos países de maior biodiversidade do mundo. Apenas a Mata Atlântica abriga mais de 250 espécies de mamíferos, 750 de répteis e anfíbios, e cerca de mil espécies de pássaros.

Recursos em outubro A ministra do Meio Ambiente, Isabela Teixeira, disse que o primeiro edital para projetos relativos ao acordo deve sair até outubro.

A expectativa é investir em biodiversidade, conservação, áreas protegidas, manejo, populações tradicionais por meio de projetos de desenvolvimento local, em monitoramento e vigilância informou.

Após participar de entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom Dia, Ministro, Izabella destacou, entretanto, que a lei norte-americana, chamada Tropical Forest Conservation Act, prevê apenas a proteção de florestas tropicais (como é o caso da Mata Atlântica) e que outros biomas terão que ser negociados por meio de um comitê, ainda a ser criado.

A destinação dos recursos é definida por nós, tem a participação da sociedade civil brasileira e dos órgãos federais e vamos discutir quais são os investimentos e os projetos prioritários explicou.

Segundo a ministra, a divulgação dos dados do monitoramento da Mata Atlântica, prevista para o final deste mês, vai contribuir para o processo.

Saberemos o que devemos priorizar e estimular, para não só preservar, mas reparar completou.

Fonte: Jornal do Brasil - 13/08/2010.